63 candidaturas aprovadas, representando um total de 12,3 M€ de financiamento PT2020, a que acrescem 7 M€ de investimento social mobilizado junto de entidades privadas e públicas, nomeadamente municípios, são os resultados apresentados pela CCDRLVT - Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo / Programa Operacional Regional Lisboa 2020, em parceria com a Estrutura de Missão Portugal Inovação Social, coordenadora da iniciativa pública Portugal Inovação Social.
Estas candidaturas foram aprovadas no âmbito dos três concursos específicos, abertos durante o Portugal 2020 para apoio a projetos de inovação social na Área Metropolitana de Lisboa, e o balanço foi apresentado durante um evento na Casa do Impacto (Santa Casa da Misericórdia de Lisboa), localizada no Convento de São Pedro de Alcântara, durante o qual houve ainda a oportunidade de conhecer alguns dos projetos emblemáticos de inovação social implementados na região, assim como de ver perspetivado o futuro da iniciativa pública.
Marcaram presença nesta apresentação Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial, que afirmou que “querer deixar liberdade às propostas nesta área da inovação social, que nos ensinem e ajudem a fazer coesão territorial na área da inovação social que sabemos que tem um paradigma totalmente diferente de trabalho, queremos aprender convosco e sobretudo que nos desassosseguem”. Sublinhou ainda “que é deste empreendedorismo social de que somos tão carentes numa sociedade que tem de ser cada vez mais coesa e unida e os últimos tempos têm-nos mostrado bem a importância de cuidarmos uns dos outros, não de mão estendida, mas gerando processos de dignidade e coesão social”.
Teresa Almeida, Presidente Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, afirma que “a região de Lisboa está conotada como região de competitividade, com outro tipo de desafios, que impactam o país, mas que contém no seu território assimetrias sociais e áreas de carência que a tornam muito vulnerável para as questões para as quais nos reunimos aqui hoje, para as quais queremos ser parte no encontro de soluções no caso do Programa Operacional, associando financiamento que pode fazer alavancagem destas situações de carência, que é o que importa para dar corpo a muitos projetos que se formam neste contexto”.
Lembrou ainda que “vivemos problemas de base estrutural, onde a concentração de fundos não assegura por si só mudanças sólidas e, por isso, o aproveitamento de fundos combinados com políticas públicas podem gerar mágicas de articulação, sendo que felizmente iniciamos uma nova década de financiamento, em que o PRR vem dar uma resposta ao que falta ao Programa Operacional Regional 2030, uma vez que se elegeram estas questões das áreas progressivas com um financiamento muito justo e espero que em articulação com as autarquias se possam dar muitas destas respostas aqui promovidas pelo EMPIS, que tem feito um trabalho notável, trabalhando naturalmente connosco em parceria”.
Filipe Almeida, Presidente Estrutura de Missão Portugal Inovação Social (EMPIS), agradeceu “o apoio desde que, em 2018, iniciámos [CCDR_LVT e EMPIS] este caminho juntos em Lisboa, que foi o último dos territórios a ser tocado pelo Portugal Inovação Social” e anunciou “a criação do Centro Nacional de Competências para a Inovação Social, sendo que, em outubro, é apresentado um documento que contém uma estratégia e plano de ação para a inovação social 2021-2027, que será o resultado do trabalho de 40 entidades, líderes do vários setores, reunidos sob coordenação direta da Fundação Calouste Gulbenkian, fazendo a Santa Casa da Misericórdia parte deste conselho consultivo”.
Aproximando-se o fim do Portugal 2020 e iniciando em breve o novo ciclo de programação Portugal 2030, este é o momento de fazer o balanço, de perspetivar o futuro e de conhecer os impactos desta iniciativa e dos projetos financiados, os quais poderão vir a ser também inspiradores da nova fase de apoio à inovação social na Área Metropolitana de Lisboa.
Dos 10 projetos apresentados como exemplos emblemáticos da aplicação dos fundos Portugal Inovação Social 2020 constam os seguintes nomes: “Artallis”, iniciativa integrada na Escola de Música do concelho de Loures (financiamento total de 680.000€, dos quais 476.000€ através do PT2020); “Gamezone”, uma ferramenta inovadora de literacia e numeracia para a sala de aula (Total 246.611€, financiado a 100% pelo PT2020); “Home 360”, serviços em rede, apoio personalizado e uso da tecnologia para pessoas com demência e cuidadores informais (Total: 379.841€/265.889€ PT2020); “WeGuide”, guia de saúde profissional para acompanhar doentes oncológicos e cuidadores (Total: 507.941€/355.558€ PT2020); “Surf para a Empregabilidade”, promotor de empregabilidade para pessoas em situação de desemprego ou à procura do primeiro emprego (Total:133.897€/93.728€ PT2020); “Bytes4Future”, resposta de integração socioeconómica de jovens NEET (Total: 410.151€ /287.106€ PT2020); “Gerações Autónomas”, capacitação para uma vida autónoma de jovens com perturbações ligeiras (Total: 344.849€/241.394€ PT2020); “55+”, plataforma para serviços de proximidade como jardinagem e pequenas reparações (Total:150.000€/105.000€ PT2020); “O Nosso Chão”, jogo pedagógico que ensina, a crianças e jovens, as competências de cidadania para as boas práticas (Total:261.305€/182.913€ PT2020) e “Speak”, incentiva a integração social e cultural de refugiados emigrantes (Total:99.904€/69.933€ PT2020).
A Área Metropolitana de Lisboa apresenta um dinamismo significativo, com experiências inovadoras de várias escalas em quase todas as áreas da vida coletiva, com forte envolvimento da sociedade civil e de instituições sociais. É também a região do país com maior capacidade de atração de empreendedores e de investidores estrangeiros, tendência igualmente que se confirma no caso do empreendedorismo social e do investimento de impacto.
